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Guia definitivo: veja as respostas para as principais dúvidas sobre nutrição na gravidez

Priscila Correia, do Aventuras Maternas, colunista de AnaMaria Digital Publicado em 29/04/2022, às 08h00


Você já reparou como gravidez e dúvida parecem ser palavras sinônimas? Afinal, basta receber um Beta HCG positivo para questões, das mais simples às mais complexas, dominarem a mente das futuras mamães.

Pensando nos questionamentos mais comuns, ligados à beleza, bem-estar e saúde, a coluna de hoje traz um guia de perguntas e respostas para desvendar o que pode ou não ser feito durante os nove meses de gestação. Para ler, salvar e compartilhar com outras mães.




Alimentação: o que pode ou não pode ser consumido por grávidas? O que deve ser consumido com moderação e o que é terminantemente proibido?


O nutrólogo Gustavo Feil explica que o aporte nutricional da mulher sobrecarrega e torna-se imprescindível, para uma ótima gestação, bem como uma excelente formação fetal, ter uma alimentação rica em nutrientes e bem balanceada. Visto que, neste momento, a mulher sofre naturalmente uma baixa em seu sistema imunológico e para se manter segura contra agentes externos invasores, deve-se ter uma alimentação saudável.

Alimentos do grupo dos cereais, como o arroz, o milho e os tubérculos, como a batata e mandioca, ricos em fibras e vitaminas, devem ser incluídos na alimentação. Já o famoso feijão com arroz deve ser mantido, pois juntos formam um alimento altamente nutritivo, contendo proteínas, cálcio, magnésio, vitaminas do complexo B, fibras e carboidratos, que, além de nutrir, geram uma sensação de saciedade.

"Os vegetais de cor verde-escuros são uma excelente escolha, pois são ricos em ácido fólico, cálcio e ferro, nutrientes essenciais para a formação dos ossos e do cérebro do bebê, além de prevenir doenças congênitas – como exemplo temos o brócolis, a couve-manteiga (rica em vitamina C), o espinafre e o agrião que, juntamente com as frutas e legumes, contribuem para uma alimentação saudável e nutritiva", diz Gustavo.

Já as proteínas devem fazer parte da alimentação, pois auxiliam muito no crescimento do feto, da placenta e dos tecidos maternos. Segundo ele, o ideal é consumir proteínas de fonte animal e, de preferência, as carnes magras. Importante salientar, também, que nesse período é recomendado a não ingestão de carnes e peixes crus, pois esses alimentos podem contem bactérias prejudiciais a gestação, além da possibilidade de conter a toxoplasmose, parasita que pode gerar inúmeros problemas ao feto.

Já os alimentos que devem ser evitados, além das carnes e peixes crus, são os que contém excesso de gorduras e sódio, como os embutidos (aqui entram salsichas, linguiças, presuntos, mortadela, queijos amarelos e a maioria dos alimentos industrializados, pois podem potencializar o aparecimento da pressão alta e outras complicações na gestação).

"Bebidas alcoólicas também devem ser evitadas, pois o seu uso pode gerar problemas cardíacos, retardo no crescimento e má formação no feto. Resumindo: quanto mais diversificado e colorido o seu prato, melhor! E lembre-se: carnes e peixes, sempre, muito bem assados, cozidos ou fritos; ovos bem cozidos; e frutas e verduras sempre bem lavadas e sem cascas”, diz.

Andrea Pereira, médica nutróloga do hospital Israelita Albert Einstein e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, lembra também que a grávida deve alimentar-se de forma saudável e equilibrada: frutas e hortaliças, produtos integrais, pouco açúcar e sal, minimizar ao máximo alimentos processados e ultraprocessados, e alimentos gordurosos.

"É importante lembrar, também, que há um aumento crescente das gestantes pós-cirurgia bariátrica, uma vez que o Brasil é o segundo país do mundo nessa cirurgia. Essas pacientes quando não fazem um acompanhamento nutricional adequado, tendem a ter deficiências nutricionais, entre elas a de ferro, vitamina D e de vitaminas do complexo B, portanto merecem um acompanhamento cuidadoso”, diz.


Alimentação: para mulheres veganas e vegetarianas, alguma mudança importante na alimentação durante a gravidez?


Gustavo Feil ressalta que mulheres veganas e vegetarianas têm que cuidar muito da alimentação, pois o aporte proteico animal é essencial para a formação da placenta, bem como do feto. Portanto, fazer uma suplementação de vitaminas e sais minerais torna-se essencial nesse caso. Se o ferro já é importante na alimentação diária de qualquer um, no caso das grávidas ele é simplesmente essencial.

"Entre as melhores fontes desse mineral, temos leguminosas e os vegetais verde-escuros - os alimentos mais ricos em ferro são do reino vegetal. É importante destacar que a vitamina C ajuda na absorção desse mineral pelo organismo, e por isso indico acrescentar frutas cítricas nas refeições. Um ótimo exemplo é comer feijão com laranja. Amêndoas, sementes de abóbora, girassol, linhaça e chia são outras opções que possuem boas quantidades de ferro", ensina.

Agora, você pode estar pensando: "E como uma mãe pode trocar a proteína da carne?". Bem, existem diversos outros alimentos que são muito proteicos, e, por isso, basta substituí-los em quantidades adequadas. Ela está presente, por exemplo, em cereais, como o arroz, aveia e trigo, em leguminosas, como o feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja, e em frutas oleaginosas, como castanhas, nozes e avelãs. "De uma forma geral, é possível encontrar todos os nutrientes necessários para o nosso bem-estar na alimentação, mas, em alguns casos específicos, eles não estão presentes no reino vegetal. E é aí que entram os suplementos, que podem se mostrar essenciais durante uma gestação, especialmente se mãe for vegana”, diz.

Andrea Pereira aponta ainda que, na gravidez, há uma tendência à deficiência de ferro, devido ao alto consumo desse nutriente na formação do bebê. No caso das mulheres que não consomem carne vermelha, que apresenta um ferro de maior absorção, é necessário aumentar o consumo de alimentos vegetais que contenham ferro e na maioria das vezes suplementar ferro na forma de cápsulas e comprimidos. "Essa adequação do consumo de ferro na gravidez deve ser realizada também em mulheres em idade fértil, uma vez que a menstruação aumenta a perda de ferro. Um outro aspecto importante é o consumo de proteínas nas grávidas veganas e vegetarianas, uma vez que na proteína de origem animal existe mais concentração proteica do que nas proteínas vegetais, por exemplo, em 100g de bife de carne vermelha temos 33g de proteína, enquanto que na mesma quantidade de feijão temos 8g”, diz.

Debski avalia ainda que a alimentação vegetariana e vegana na atualidade, sendo bem orientada por um profissional médico ou nutricionista que tenha conhecimento nessa área, contempla todos os nutrientes que são essenciais e necessários durante a gestação. Apesar dos diversos tabus e mitos, trata-se de uma alimentação muito saudável e completa. "O único cuidado que se deve ter é com a avaliação da vitamina B12, que algumas vezes pode ser baixa nos vegetarianos que não tiverem uma orientação nutricional adequada”, diz.


Para ler a reportagem completa entre no link https://anamaria.uol.com.br/noticias/coluna-aventuras-maternas/guia-definitivo-veja-respostas-para-principais-duvidas-na-gravidez.phtml

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